Rigorosamente, casa de buriquis (macaco da família dos cebídeos, que é o maior das Américas, medindo até 70 centímetros de corpo e igual extensão de cauda; seu pelo é de um amarelo desbotado e seu polegar apresenta-se reduzido a um simples toco de unha; também conhecido por muriqui, marquinha e mono) ou ainda, morada de buriqui; isto é, a região em que se podem encontrar muitos macacos dessa espécie.

A palavra que deu origem à localidade, situada no município de Santos, e que visivelmente sofreu muitas alterações, desde seus primeiros registros – o que implicou as muitas hipóteses e outras tantas especulações para explicar a sua origem, tais como Paraty oka (morada de paratis, isto é dos peixes tainhas) –, é formada pela composição de nburyky (buriqui) e oka (casa, morada).

Acrescente-se, como curiosidade, que há um mapa feito por Hans Staden (um alemão que esteve no Brasil no século XVII e que permaneceu como prisioneiro dos tupinambás durante nove meses), no qual estão representados, em xilogravura, alguns buriquis da região a que, aliás, o aventureiro alemão se referia depois como Brickioka (Staden, por problemas fonéticos explicáveis pela diferença entre o português e o alemão, troca de maneira sistemática o p pelo b). Por outro lado, ainda sobre o livro de Hans Staden, quando se lê uma referência ao peixe parati, observa-se que o aventureiro usou a forma pratti, e não pricki ou mesmo pritti, como seria o esperado, caso o nome desse peixe fosse componente do topônimo em questão.

Bertioga emancipou-se de Santos, em 30 de dezembro de 1991.

Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pg. 64.